Poema:
Dirceu te deixa, ó
Bela,
De padecer cansado;
Frio suor já banha
Seu rosto descorado;
O sangue já não gira pela veia,
Seus pulsos já não batem,
E a clara luz dos olhos se baceia:
A lágrima sentida já lhe corre;
Já pára a convulsão, suspira, e morre.
Seu espírito chega
Onde se pune o erro:
Late o cão, e se lhe abrem
Grossos portões de ferro.
Aos severos Juízes se apresenta,
E com sentidas vozes
Toda a sua tragédia representa;
Enche-se de ternura, e novo espanto
O mesmo inexorável Radamanto
De padecer cansado;
Frio suor já banha
Seu rosto descorado;
O sangue já não gira pela veia,
Seus pulsos já não batem,
E a clara luz dos olhos se baceia:
A lágrima sentida já lhe corre;
Já pára a convulsão, suspira, e morre.
Seu espírito chega
Onde se pune o erro:
Late o cão, e se lhe abrem
Grossos portões de ferro.
Aos severos Juízes se apresenta,
E com sentidas vozes
Toda a sua tragédia representa;
Enche-se de ternura, e novo espanto
O mesmo inexorável Radamanto
*Interpretação:
R= Concluímos que
neste pequeno poema, escrito pelo autor, Tomás Antônio Gonzaga, reina a total expressão
de um sentimento amoroso, sentido pelo coração e expressado por palavras
sublimes transmitidas pelo poema. Pelo qual torna a desabafar, pois não
aguenta mais um amor que não está sendo respondido de acordo com suas ações, e logo
se fadiga, pelo fato de tanto desprezo. Relata também um amor sincero, na idade em que o
homem sente fugir-lhe o ardor da mocidade, e uma prisão injusta e brutal que
prende-lhe todo o sentimento angelical da alma. Temos que lembrar que é uma
prosa pelo fato de ter um texto escrito sem divisões rítmicas intencionais -alheias
à sintaxe, e sem grandes preocupações com ritmo, métrica, rimas, aliterações e
outros elementos sonoros.
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