quarta-feira, 28 de março de 2012

Biologia / Boaz - Fungos Parasitas


Fungos Parasitas em plantas e animais:


  O reino Fungi é uns grandes grupos de organismos eucariotas, cujos membros são chamados fungos, que inclui micro-organismos tais como as leveduras e bolores, bem como os mais familiares cogumelos. Os fungos são classificados num reino separado das plantas, animais e bactérias. Uma grande diferença é o fato de as células dos fungos terem paredes celulares que contêm quitina, ao contrário das células vegetais, que contêm celulose. Estas e outras diferenças mostram que os fungos formam um só grupo de organismos relacionados entre si, denominado Eumycota (fungos verdadeiros ou Eumycetes), e que partilham um ancestral comum (um grupo monofilético). Este grupo de fungos é distinto dos estruturalmente similares Myxomycetes (agora classificados em Myxogastria) e Oomycetes. A disciplina da biologia dedicada ao estudo dos fungos é a micologia
Tipos de Fungos
A classificação dos fungos é feita principalmente à base das estruturas reprodutoras, que são as mais diferenciadas do seu ciclo de vida, e no tipo de hifas. Deste modo, tem-se os seguintes filos:            
Fylo oomycota:

·         Contendo cerca de 580 espécies, este filo inclui os chamados fungos aquáticos, na sua maioria saprófitos. Estes fungos são filamentosos, com hifas multinucleadas. Apresentam celulose na parede celular, não quitina, ao contrário do que seria de esperar                                              

A reprodução destes fungos difere bastante da dos restantes grupos, aproximando-os mais dos restantes eucariontes (principalmente algas), pelo que muitas vezes se tem questionado a sua relação filogenética com os restantes grupos do reino. Segundo esses autores deveriam ser incluídos no Reino Protista. 
 ·         Filo Chytridiomycota: O fóssil mais antigo de fungo conhecido até a data é uma forma do tipo pertencente a este filo. Fósseis mais antigos do Pré-Câmbrico são, actualmente, considerados cápsulas vazias de cianobactérias ou então não são suficientemente claro para serem colocados em qualquer dos filos reconhecidos.  
Surpreendentemente, os fósseis melhor conservados de fungos deste filo são encontrados em estratos do Devónico, juntamente com os restantes grupos principais de fungos actuais. Os fósseis do Devónico indicam que estes fungos já seriam bastante diversificados.

 ·         Filo Zygomycota: Com 765 espécies conhecidas, são fungos terrestres, a maioria saprófita ou parasita. Apresentam parede celular com quitina e hifas cenocíticas. 
A reprodução sexuada origina zigósporos no interior de um zigosporângio (que dá o nome ao taxon e pode permanecer dormente longos períodos), de estrutura muito semelhante a um esporangióforo. Pertence a este filo o bolor negro do pão ou da fruta, uma séria ameaça a qualquer material armazenado húmido e rico em glícidos. Outros grupos destes fungos de importância ecológica são a ordem Entomophthorales, parasita de insectos e por isso cada vez mais utilizada no combate a pragas da agricultura, e o género Glomus, participante na formação de micorrizas.

Doenças de Fungos:

 ·         Mancha-de-estenfílio (Stemphyllium spp). Em plantas:
Caracterizada pela presença de manchas pequenas, escuras e angulares nas folhas. Algumas manchas apresentam rachaduras no centro das lesões. Os sintomas começam a surgir nas folhas mais jovens, ao contrário do que ocorre com as manchas causadas por Alternaria e por Septoria. O ataque severo provoca intensa queima das folhas, devida ao coalescimento das lesões e necrose das hastes. Os frutos não apresentam sintomas. Temperatura elevada (acima de 25 ºC) e umidade alta favorecem o ataque do fungo. O fungo sobrevive de um ano para outro, saprofiticamente, nos restos culturais e em hospedeiros alternativos. A doença é também transmitida pela semente. Como medida de manejo recomenda-se: plantar cultivares resistentes, não deixar que ocorra desequilíbrio nutricional na planta e incorporar os restos culturais imediatamente após a colheita.

 ·         Mela-de-rizoctonia (Rhizoctonia solani)
A doença manifesta-se durante a floração, formação e maturação dos frutos, quando é maior a cobertura foliar. As folhas e hastes infectadas apresentam podridão mole e aquosa (mela), principalmente nas partes que ficam em contato com o solo. Os frutos doentes apresentam podridão marrom, mole e aquosa, coberta por um mofo marrom-claro. Para o manejo, recomenda-se: não plantar em solos compactados ou sujeitos a encharcamentos, evitar locais e épocas favoráveis à doença, adotar uma densidade adequada de plantas, plantar preferencialmente cultivares mais eretas e controlar a irrigação, principalmente durante as fases de floração e frutificação.

Em animais:

 ·         Branquiomicose: causada pelo fungo Branchiomyces sp., essa doença é conhecida, principalmente na Europa e nos EUA, como “necrose das guelras” (gill rot) e também está associada à baixa qualidade da água e pH ácido. Tem como principais sintomas a letargia, o boqueamento na superfície (asfixia) e depois as lesões nas guelras. 

·          Ictiofiríase: doença ocasionada pelo agente Ichthyophonus hoferi, associado a baixas temperaturas. Por ser transmitida através da ingestão, esta doença não apresenta sinais externos, podendo a pele, em casos severos, assumir uma textura semelhante a “lixa”, devido às lesões sob a pele e musculares, além de apresentar curvatura da espinha e internamente os órgãos assumirem uma coloração cinza.

Em animais anfíbios:

Quitridiomicose: causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis que se desenvolve em células queratinizadas, causando hiperqueratose e consequente morte por interferência nos processos respiratória e hídrica. Esta doença está associada ao declínio mundial de anfíbios, principalmente nos silvestres e recentemente na rã-touro. 

Cromomicose / Cromoblastomicose: com ocorrência em rã-touro e outros anfíbios, estas doenças são causadas pelos agentes Cladosporium sp. e/ou Curvularia sp. que ocasionam a cromomicose ou cromoblastomicose, apresentando granulomas na pele e vísceras com hifas pigmentadas.

Saproleniose: micose dérmica causada pelos fungos Saprolegnia sp. e Achlya sp., ocorrendo principalmente em girinos de rã-touro. 


A reprodução dos fungos: 
  Os fungos apresentam reprodução assexuada e sexuada, cogumelos-de-chapéu pertencem a um grupo de fungos chamado de basidiomicetos. Vamos considerar esse grupo para explicar de forma simplificada, como ocorre a reprodução dos fungos pluricelulares. Como vimos, o micélio é formado por um emaranhado de filamentos denominados hifas. Nos fungos terrestres, o micélio se desenvolve, sobretudo subterraneamente. Mas hifas férteis organizam geralmente no meio aéreo, uma estrutura chamada de corpo de frutificação. Essa estrutura contém um "chapéu" portador de vários esporângios. Cada esporângio é uma estrutura produtora de unidades de reprodução chamadas esporos.
 Uma vez produzidos nos esporângios, os esporos são limitados no ambiente, podendo se espalhar pela ação do vento, por exemplo; ao encontrar condições favoráveis, num certo local, os esporos germinam e originam hifas que formarão um novo fungo. O número de corpos de frutificação emitidos por um cogumelo-de-chapéu é variável, conforme a espécie. O micélio de um único cogumelo Agaricus bisporus, comestível e conhecido como champignon, é capaz de emitir, em média, de 80 a 100 "chapéus" no meio aéreo.


Forma De combate á Patologia e Prevenção:
·          Geralmente, a contaminação de fungos se associa ao manejo inadequado das plantações ou ao estoque em condições inapropriadas dos produtos. Os principais fatores intervenientes são as condições de umidade e temperatura relacionados à armazenagem. A melhor forma de prevenção, portanto, é a secagem rápida e adequada do produto, que pode ser realizada através da exposição ao sol ou em secadores apropriados. (O combate às pragas que contaminam as sementes e promovem condições favoráveis ao crescimento dos fungos) também é indispensável.

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