Violência no Campo
A violência pode ser direta
ou indireta, ativa ou passiva. A violência direta é a violência física
empregada contra a pessoa, contra a ocupação e contra a posse camponesa. Ela
pode ser deflagrada por particulares ou pelo Estado e constitui principalmente
em assassinatos, tentativas de assassinato, ameaças de morte, despejos da
terra, expulsões da terra e outras formas que causem danos físicos ou
psicológicos aos trabalhadores rurais e camponeses ou a seus bens. As
tentativas de assassinatos, ameaças de morte e expulsões da terra são formas de
violência privada contra os camponeses. Na violência direta e ativa o Estado
age principalmente com os despejos judiciais e com o uso da força policial no
cumprimento de ordens de despejo e na dissipação de manifestações, o que tem
como consequência mortes e ferimentos. A forma passiva da violência direta
ocorre com a omissão do Estado em relação à violência direta praticada por
particulares contra os camponeses. A violência indireta é uma prática
simultânea do Estado, fazendeiros e empresários. A ação política é a principal
forma de execução dessa violência. Promovendo lobbies e fazendo parte dos
poderes executivo, judiciário e principalmente no legislativo, fazendeiros e
empresários influenciam as decisões que envolvem temas relativos à questão
agrária (VIGNA, 2001). A criminalização da luta pela terra é outro exemplo de
violência indireta contra os camponeses, e que pode gerar formas de violência
direta no seu cumprimento. Essas ações contribuem para impedir o acesso à terra
por meio da reforma agrária.
Uns dos lutadores pelo direito dos trabalhadores
rurais e que foram assassinados:
Margarida Maria Alves
Durante o
período em que esteve à frente do sindicato local, foi responsável por mais de
cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional, tendo sido a primeira
mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba
durante a ditadura militar.
A sindicalista foi
assassinada por um matador de aluguel com uma escopeta calibre 12. O
tiro a atingiu no rosto, deformando sua face. No momento do disparo, ela estava
em frente à sua casa, na presença do marido e do filho. O crime foi considerado
político e comoveu não só a opinião pública local e estadual, mas a nacional e
internacional, com ampla repercussão em organismos políticos de defesa dos Direitos Humanos. "É
melhor morrer na luta do que morrer de fome" foi um dos motes da militante, que se tornou um símbolo na luta pelos
direitos dos trabalhadores rurais no Brasil.
Francisco Alves
Mendes Filho
Mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista e ativista
ambiental brasileiro. Sua atividade política visada à preservação da Floresta
Amazônica e lhe deu projeção mundial.
Em 22 de
dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico
Mendes foi assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de
sua casa. Chico anunciou que
seria morto em função de sua intensa luta pela preservação da Amazônia, e
buscou proteção, mas as autoridades e a imprensa não deram atenção. Após o
assassinato de Chico Mendes mais de trinta entidades sindicalistas, religiosas,
políticas, de direitos humanos e ambientalistas se juntaram para formar o
"Comitê Chico Mendes". Eles exigiam providencias e através de
articulação nacional e internacional pressionaram os órgãos oficiais para que o
crime fosse punido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário