Equilíbrio Químico no
Sangue
Se você está vivo agradeça ao pH do seu
sangue! Isso mesmo! No caso do ser humano, o pH do sangue deve ficar entre 7,35
e 7,45. Uma alteração de apenas 0,4 unidade pode ser fatal! Assim, os médicos
devem ter na manga uma solução rápida que corrija possíveis variações de pH. E
aí, mais uma vez, a química entra em campo.No sangue, há o seguinte equilíbrio químico:
CO2 +
H2O <-> H+ + HCO3-.
Quando
alguém, numa crise de ansiedade ou de histeria, respira de modo ofegante, os
pulmões perdem muito CO2. O equilíbrio, então, é deslocado para a esquerda,
consumindo os íons H+. Isso pode fazer com que o pH suba a aproximadamente 7,7
em poucos minutos (alcalemia sanguínea). Nesses casos, os médicos podem até dar
um calmante para que a respiração volte ao normal. Mas, quando nem isso
funciona, é necessária uma intervenção radical: injetar uma solução ácida no
sangue do paciente.Mas que ácido seria esse? Sulfúrico? De jeito nenhum, pois
poderia matar. O que se usa é uma solução salina de cloreto de amônio (NH4Cl).
Mas como um sal pode gerar acidez?Na água pura, além das moléculas de H2O,
existem os íons H+ (responsáveis pela acidez) e OH- (responsáveis pela
alcalinidade) na mesma concentração. Ao dissolvermos o NH4Cl em água, o íon
NH4+, por ser derivado de uma base fraca (NH4OH), "captura" os íons
OH-. Assim, acaba havendo uma sobra de H+ na solução, que se torna ácida. Mas
vamos voltar ao tema inicial: pH do sangue. Quando a respiração é deficiente -
em casos de pneumonia ou de asma, por exemplo, o sangue fica mais ácido
(acidemia). Nesse caso, a solução ministrada ao paciente é a de carbonato de
sódio (Na2CO3). Agora é o íon CO32-, derivado do ácido fraco H2CO3, que
"captura" os H+, produzindo uma solução alcalina que combate a
acidez.
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