quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Professor - Ésio, 3°ano II, GRUPO: Kellyane Rodrigues e Roberta Henriques

Crime e Desemprego



Nestes tempos difíceis onde taxas de desemprego e índices de
criminalidade apresentam tendências de crescimento, parece razoável
supor que os dois fenômenos estejam intimamente relacionados. Não é
preciso fazer nenhuma pesquisa sofisticada para perceber que uma
taxa elevada e constante de desemprego que se mantenha durante
muito tempo tenderá a levar para o mundo do crime pessoas –
principalmente jovens – que de outro modo estariam participando do
mercado de trabalho.

Pesquisa feita em 1991 pelo instituto Datafolha com 645 presos da
Casa de Detenção da Capital revelou que, no momento do crime, 27 %
dos criminosos não estava trabalhando. Com os jovens infratores
investigados em 1996 pelo Movimento Nacional de Meninos e Meninas
de Rua observou-se algo semelhante: 53% não trabalhava e 44%
trabalhavam informalmente na ocasião da infração. O primeiro ponto
que nos chama a atenção sobre estes dados é de que a maior parte
dos infratores adultos e boa parte dos jovens estava trabalhando no
momento do crime. Estar trabalhando é assim um elemento inibidor
mas não constitui nenhuma garantia contra o cometimento do crime.
Num país como o Brasil onde os salários são freqüentemente aviltantes
e a qualidade do trabalho precária (trabalho informal, subemprego,
ausência de garantias trabalhistas, etc.), o universo dos criminosos se
confunde parcialmente com o universo dos trabalhadores. Enquanto no
passado a maior parte das novas vagas abertas estavam no mercado
formal, atualmente, não só ocorreu uma diminuição de vagas como
uma deterioração qualitativa: a maior parte das novas vagas localiza-se
hoje no setor informal da economia. Este tipo de trabalhador informal,
em especial, faz parte do que a elite denominaria por "classes
perigosas", porque do "bico" para o mundo do crime é um passo não
muito longo a ser dado, diversamente do que ocorre com o trabalhador
do setor formal da economia - onde a estabilidade e qualificação inibem
o envolvimento com a ilegalidade.

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